O CEOSP oferece mais um método para o ensino da cefalometria com o objetivo de facilitar o entendimento deste importante tema. Para o Prof. Marcos Giovanetti, idealizador deste projeto e também coordenador dos cursos de especialização em Ortodontia da instituição, a aplicação das informações cefalométricas no diagnóstico das desarmonias dento-faciais requer atenção especial pelo dentista, o que justifica a oferta de uma nova maneira de abordar este assunto. Uma das diferenças mais notáveis nesta forma de se ensinar a cefalometria, é o uso de uma ferramenta - um template - que pode simular cefalogramas com diferentes discrepâncias dento-esqueléticas.
Este template tem como meta facilitar o estudo da cefalometria e servir como um guia para o diagnóstico e o plano de tratamento das más-oclusões.
O entendimento do que é considerado normal facilita a identificação daquilo que está fora da norma. Com isso apresentamos um compilado de diversas análises cefalométricas para que possa se estabelecer parâmetros com estas grandezas. Os dados cefalométricos apresentados nesta análise são oriundos do estudo da aplicação responsável destas informações na ortodontia, propostas por estudiosos deste tema há vários anos. A oferta desta "nova" análise cefalométrica não deve ser visto como algo novo, mas sim, como mais uma forma de analisar estes dados e aplicá-los na planificação dos casos ortodônticos. Esperamos que este método possa ser utilizado por outros colegas em outras escolas, e desta forma contribuir para a excelência da prática ortodôntica.
1.NB - este ângulo é obtido pela união da linha NB (násio ao ponto B) com com a linha que passa pelo longo eixo do incisivo central inferior. O valor normal para este ângulo é 25 graus. Pacientes com má-oclusão de classe 3, apresentam este ângulo diminuído, graças a compensação fisiológica. Ou seja, os incisivos estão inclinados para lingual com o objetivo de buscar contato com os antagonistas superiores, que, nestes casos, podem apresentarem-se vestibularizados.
1-NA - é a distância linear entre a linha NA (násio ao ponto A) até a face vestibular do incisivo central superior. O valor normal para esta distância é 4 mm.
1-NB - é a distância linear entre a linha NB (násio ao ponto B) até a face vestibular do incisivo central inferior. O valor normal para esta distância é 4 mm.
1.1 - este ângulo é obtido pela união das linhas que passam pelos longos eixos dos incisivos superior e inferior. O valor normal para este ângulo é 131 graus. Pacientes com perfil convexo possuem este ângulo diminuído. Já os indivíduos com perfil mais côncavo, este valor aumenta. Este ângulo, proposto por Cecil Steiner, era originalmente 130 graus. A partir de 1960, o próprio Steiner passa a atribuir um novo valor, 131 graus.
IMPA - ângulo entre plano mandibular e o longo eixo do incisivo central inferior (Incisor Mandibular Plane Angle). O valor normal para este ângulo é, de acordo com Tweed, 87 graus. Porém, na análise de Michigan, este valor é de 95 graus. Por isso decidimos atribuir um valor médio para esta grandeza: 90 graus. Pacientes que apresentam este ângulo muito aumentado (acima de 100 graus) e com apinhamento na região anterior da mandíbula, provavelmente, necessitarão diminuir a massa dentária para acomodar os dentes de forma saudável. Esta diminuição de massa dentária pode ocorrer por desgaste interproximal, exodontia de incisivo ou por exodontia de outro ou outros elementos, como prés-molares ou molares. A tentativa de acomodar estes dentes apinhados sem considerar o IMPA, poderá projetar os incisivos excessivamente para vestibular, comprometendo sua correta implantação na sua base óssea.
SNB - este ângulo é obtido pela união da linha SN (sela ao násio) com a linha NB (násio ao ponto B). O valor normal para este ângulo é de 80 graus. Esta grandeza cefalométrica indica a posição da mandíbula em relação à base do crânio. Pacientes com má-oclusão de classe 3, normalmente apresentam este ângulo aumentado.
PogNperp - é a distância linear entre o ponto Pog (ponto mais anterior da sínfise mandíbular) até linha que parte do ponto N e cruza perpendicularmente o plano de Frankfurt. Esta grandeza, assim como o SNB, mostra a relação da mandíbula coma base do crânio. O valor normal para esta distância é 5 mm.
4 - TIPO CEFÁLICO
Ângulo Goníaco - ângulo formado entre os pontos Ar (articular), Goc (gônio construído ou cefalométrico) e o Me (mentoniano). O valor normal para este ângulo é 130 graus. Valores abaixo desta norma podem indicar indivíduos com altura facial diminuída, mordida profunda e mandíbula quadrada. Este ângulo pode ser dividido em dois ângulos menores, porém com informações importantes. Ângulo Goníaco Superior (Ar.Goc.N), cuja norma é de 55 graus. Esta grandeza fornece dados sobre a direção do crescimento do ramo ascendente da mandíbula. Este ângulo aumentado sugere um direcionamento anterior do corpo da mandíbula, compatível com o crescimento horizontal. E o Ângulo Goníaco Inferior (N.Goc.Me), cuja norma é de 75 graus. Esta grandeza fornece dados sobre a inclinacão do corpo da mandíbula. Este ângulo aumentado mostra um rotacionamento inferior do corpo da mandíbula, denunciando o padrão de crescimento vertical.
AFA x AFP - esta grandeza estabelece uma proporção entre a Altura Facial Anterior - AFA (N-Me = 100 mm) e a Altura Facial Posterior - AFP (S-Go = 60 mm). Ou seja, de acordo com Jarabak, o valor da AFP deve ser, aproximadamente, 60% da AFA. Pacientes que apresentam N- Me maior que esta proporção, são compatíveis com o padrão de crescimento vertical (dolicocefálico). O contrário ocorre quando este valor é menor que 60%.
SN.GoGn - ângulo entre a linha SN (sela ao násio) e a linha GoGn (gônio ao gnation). O valor normal para este ângulo é 32 graus. Pacientes que apresentam este ângulo muito aumentado, têm crescimento vertical.
FMA - ângulo entre plano mandibular (GoMe) e o plano de Frankfurt (PoOr). O valor normal para este ângulo é, de acordo com Tweed, 25 graus. Pacientes que apresentam este ângulo aumentado (acima de 30 graus), possuem padrão vertical de crescimento.
1 - Coloque o GUIA na metate superior de uma folha de sulfite (formato A4);
2 - Desenhe todos os acidentes anatômicos presentes, exceto os relativos à mandíbula;
3 - Posicione a caneta ou lápis no ponto "Ar" e gire o GUIA no sentido anti-horário até que o lábio inferior toque com o superior; Lembre que este template tem 4 centros de rotação que facilitam a simulação de várias situações clínicas;
4 - Agora desenhe os acidentes anatômicos restantes (mandíbula, perfil inferior, linha mento-pescoço e dentes inferiores;
5 - Pronto! Você tem um cefalograma completo.
Como simular uma classe 3 resultante de uma retrusão maxilar?
1 - Coloque o GUIA na metate superior de uma folha de sulfite (formato A4);
2 - Desenhe todos os acidentes anatômicos presentes, exceto os relativos à maxila;
3 - Marque um ponto no início do lábio superior. O desenho do lábio inferior deverá tocar neste ponto para que os dentes possam entrar em contato (veja a instrução de como desenhar um cefalograma com os dentes em oclusão) na página anterior;
4 - Posicione a caneta ou lápis no ponto "G' " e gire o GUIA no sentido horário - fazendo um movimento pendular - até que a face vestibular do incisivo superior toque a lingual do incisivo inferior;
5 - Agora desenhe os acidentes anatômicos restantes (maxila, lábio superior e dentes superiores)
6 - Observe que se formou uma típica retrusão maxilar com mordida cruzada anterior, compatível com as más-oclusões de classe 3.
7 - Lembre que para conferir se você está diante de uma retrusão maxilar, você pode comparar com os dados normais apresentados neste GUIA, como o AN-perp ou ainda o SNA. Estas grandezas mostram a relação da maxila com a base do crânio.
OBSERVE QUE O GUIA CEFALOMÉTRICO É AUTO-EXPLICATIVO E VOCÊ PODERÁ SIMULAR DIVERSAS SITUAÇÕES DE TRATAMENTO COM ESTA FERRAMENTA.
AGRADECEMOS POR UTILIZAR ESTE GUIA E ESPERAMOS QUE ESTE TEMPLATE O AJUDE A ENTENDER MELHOR A CEFALOMETRIA E ANDAR COM MAIS SEGURANÇA PELOS JARDINS DA ORTODONTIA.